09 de Outubro
Quarta-feira, 20h00
Quarta-feira, 20h00
Café Tamar.
Está um calor insuportável e, neste momento, estou um pouco cansado por já não estar habituado ao esforço
físico que despendi esta manhã.
A Companhia
decidiu que todos os elementos, a ela adstritos, deveriam ter um pouco de
instrução de armas, (G3), especialmente para o pessoal que faz serviços ao quartel.
Vão para o treino uns tantos elementos por dia, para as
secções não ficarem sem pessoal.
Da minha secção, hoje, fui eu e o Aguiar, nomeados pelo
major.
Da parte de manhã tivemos instrução teórica de armas; como
se desarma e arma uma G3 e o manejo da mesma. De tarde, fomos fazer tiro.
Perdoem-me a ironia, mas estava a ver que passava por esta
guerra sem dar ao gatilho. Ao menos,
poderei dizer que, a poucos dias de passar à “peluda”, dei uns tiritos
ao alvo.
Durante breves momentos recordei os meus tempos de
instrução, na recruta, em Elvas e Torres Novas, que já lá vão mais de quatro
anos. Desde aí nunca mais dei um tiro, mas a pontaria ao alvo estava ainda muito
certeira.
Durante a madrugada levantei-me para ir tomar um banho por
me ter masturbado durante o sono ao sonhar com uma rapariga conhecida tendo-me
levantado de manhã muito mal disposto. Isto acontece-me com alguma frequência
e, no final, não é nada agradável. Pudera, não passa
de um sonho!
Continuo a trabalhar assiduamente em desenho
artístico. O major C. Álvares gostou do meu trabalho e ontem de manhã
telefonou-me para de tarde passar pelo seu gabinete que o capitão, que com ele
trabalha, quer encomendar-me o retrato da esposa
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