12 de Abril
Sexta-feira, 13 horas
Acabei à pouco de
ler toda a correspondência que recebi e, infelizmente, nem todas as notícias
são agradáveis.
Recebi uma carta dos meus velhotes com 100 escudos no
interior e dizem-me que brevemente receberia uma encomenda.
A Rosa também me escreveu a devolver-me um aerograma no
qual eu fazia uma pequena chantagem que não resultou. Este aerograma foi
escrito como se fosse dirigido à minha Mãe, a pedir-lhe dinheiro, mas
endereçado à Rosa. Fiz isto com segunda intenção, mas não pegou. Bem visto este ato não seria muito digno e a providência se
encarregou de o gorar, antes que tentasse a estratégia com outras.
A minha namorada fala-me no casamento e diz que prefere
esperar pelo meu regresso. Eu, entretanto, cogitando nas razões que atrás
referi, também entendo que esta será a decisão mais acertada.
Recebi uma carta da Lupe e nela vem a triste notícia da
morte do seu Pai causada por um acidente rodoviário. Já lhe escrevi a
enviar-lhe os meus pêsames.
O meu novo chefe de serviço começou a gostar do meu
trabalho. Pediu-me para eu lhe fazer a planta da secção a qual já fiz e ele
gostou muito. Já conhece, também, as minhas tendências artísticas e elogiou-me
bastante. Eu não estava presente mas os camaradas que ouviram, inclusive os
sargentos, contaram-me.
O amigo e conterrâneo Valdemar está na cidade em consulta
externa e todos os dias tem vindo visitar-me.
Vieram para a secção três novos primeiros-cabos, ‘piriquitos’, substituir o primeiro-cabo
Direito, o Torres e o Rodrigues, que brevemente vão passar à “peluda”, regressando à Metrópole.
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